Cinquenta em cinco 5/50

Cinco dias.... o que pode ser feito nesse período?   Einstein falou da relatividade do tempo, ele explicou sistematicamente como o espaço-tempo pode mudar sua curvatura a partir da alteração da matéria presente nele e disse que quanto mais massa, maior seria essa curvatura. Mas e quando a energia parece se condensar e um união nunca idealizada gera uma possibilidade de perpetuação no tempo. Seria isso possível? Seria possível o espaço-tempo ser alterado de tal maneira a ponto da relatividade temporal transformar a vivência de 5 dias em 50 anos? 

Um dia equivalente a dez anos. Cinco dias equivalentes a ciquenta anos. Cinquenta anos vividos em cinco dias. Vidas modificadas, vidas transformadas, direta e/ou indiretamente. Ciclos fechados, portas abertas num minuto, e fechadas instantaneamente antes desse minuto acabar. Vale lembrar que um minuto aqui está sendo equivalente a aproximadamente 60horas. Que louco, que doido,  que lindo, que fantástico, que intenso!!!

Coisas que, normalmente, jamais teriam sido realizadas e que jamais serão feitas novamente. Outras que nunca foram feitas e que agora serão feitas eternamente. 

Mas o tempo é o tempo. Indomável tempo. Se ele dá, ele também cobra e não existe outra forma de pagamento. Cinquenta anos é bastante tempo mas, e se foi apenas cinco? E se alguém viveu 5 e outro 50 ao mesmo tempo? Como calcular isso Einstein? 

Enfim, ou lento ou rápido ele passa e passa levando consigo a certeza de que apenas o observador pode identificar a sensação da sua imortalidade. E hoje foi entendido além da sua relatividade existe a sua imortalidade. Um momento, um instante, um pensamento, uma palavra, um sorriso disfarçado, um café sem açúcar, tudo pode ser relativamente perpetuado no tempo... mesmo que para alguém nem tenha existido, nem tenha durado, mas mesmo assim pode está eternizado. 

Jordan B Peterson

Jordan B Peterson

Entrevistador : Há uma grande diferença em dizer que as pessoas podem fazer coisas por elas mesmas e dizer que homens deveriam ser perigosos. Ser perigoso implica que estou pronto para ameaçar alguém, ser capaz de machucar alguém.

Resposta:

Não. 

Isso significa que vc deveria ser CAPAZ de ser perigoso. E não agir como uma pessoa perigosa.

Não há nada em você de outra forma. Se você não é uma força formidável, não há moralidade no seu autocontrole. Se você é incapaz de ser violento, NÃO ser violento, não é uma virtude. Pessoas que ensinam artes marciais sabem muito bem disso. Se você aprende uma arte marcial, você aprende a ser perigoso. Simultaneamente, você aprende a se controlar. E a  combinação de ambos, a capacidade de ser perigoso e a capacidade de se controlar é o que traz a tona  a VIRTUDE. De outra forma, você confunde fraqueza com virtude moral. Sou inofensivo, sendo assim, sou bom. NÃO, não é assim que funciona. De forma alguma. Se você é inofensivo, você é apenas um fraco. E se você é um fraco, você não consegue ser bom. Você não consegue!

Porque se exige força para ser um bom homem. E isso é muito difícil:ser um bom homem!

Infinitus

 A vida humana em seu desenrolar frenético ou, nem tão frenético assim, segue seu curso natural. 

Entre o dormir e o acordar, entre noites e dias, entre a alegrias e tristezas. Dia após dia uma soma de acontecimentos indecifráveis que não nos permitem entender o real sentido deste momento terreno.

Duvido muito que um dia saberemos a nossa verdadeira natureza; alguns dizem que viemos da evolução, outros que nascemos do pó e ao pó voltaremos; uns dizem que o pó da terra, alguns que o pó é das estrelas. Ainda há a teoria de que somos espíritos vivendo uma experiencia carnal, mas não posso esquecer também daqueles que, dizem, não acreditar em nada e que o fim será, puro e simplesmente, o fim.

Argumentos existirão aos milhões para tentar convencer qualquer um de qualquer teoria, mas o fato que mais me intriga é que em todas essas teorias o objeto de estudo central é o mais inexpressivo de todos: a vida humana. E estes estudos não conseguem concluir, nada realmente definitivo, sobre a sua fragilidade. 

Pessoas nascem com problemas, físicos, psicológicos, estruturais, mentais e etecetera e tais... buscamos melhorar em todos os aspectos humanos, mas nada nos permite fugir do complexo momento da morte do corpo, ou do mundo, ou da mente, ou de tudo que existe. Será mesmo? Mortes naturais? Mortes provocadas? Alguns que morrem efetivamente, outros que mesmo vivos já não vivem tanto; alguns querem viver melhor, outros somente morrer melhor. E nessa dualidade nenhum pode escapar quando o momento chega. Para alguns parece ter sido antecipado, para outros prolongado terrivelmente e, novamente eu digo, sem nenhuma lógica plausível para nós meros mortais. 

E se em tudo no mundo existe a dualidade, existindo os mortais, existiria também os imortais?

E qual o sentido de viver eternamente, se algo eterno sempre vai existir, independente de querer evoluir ou ser apenas um vegetal, ou um sol, ou uma lua. todo dia repetindo o mesmo ciclo... Infinitamente. 

Talvez estejamos apenas em um loop infinito de sísifo.

Naturalmente

A natureza é perfeita, mas o ser humano insiste em lutar contra a sua própria.

O cachorro late, briga e defende o seu território sem se preocupar com nada além de cumprir essa sua missão. A cadela, quando no cio, segue pelas ruas cruzando com diversos machos e não há problema algum. O gato mia, a mangueira dar mangas, a laranjeira, laranjas, o sapo sapeia, a girafa girafeia, o urso panda, a uva passa...

Mas o ser humano não satisfeito com a sua complexidade insiste em piorar ainda mais sua situação neste mundo.

Alguns já nascem com uma predisposição para a música, mas não satisfeito resolve ser engenheiro.

Outros tem extrema facilidade para falar em publico, mas se trancam em um quarto e conversam apenas pelas telas disponíveis nele.

Porque não simplesmente deixar fluir o que naturalmente existe dentro de si?

Temos essa mania e acabamos sendo treinados para aumentar essa resistência.

Homens que querem ser mulher; melhor dizendo, mulheres que nasceram em corpo de homem que lutam para permanecer homens. Mulheres que nasceram em corpo de homem que lutam para permanecer mulher.

 Qual o real sentido? Qual a verdadeira natureza humana? O que devemos fazer? Resistir ou ceder?

Será que a mangueira deveria lutar para gerar melancia e não manga?

E o homem deveria lutar contra a suas necessidades instintivas ou deixa-las fluir? 

O homossexual precisa mesmo reprimir os seus desejos por conta de uma sociedade que não ver com bons olhos essa necessidade natural?

Por que o leão pode, naturalmente, matar os outros animais mas o ser humano não pode matar o leão sem antes ser julgado e antecipadamente condenado pelos seus pares, pela atitude? 

E dessa forma seguimos reprimindo os verdadeiros instintos naturais dentro de cada um de nós e vamos alterando o curso da natureza. Onde naturalmente estaria um motorista, encontramos um empacotador; onde naturalmente teríamos um dançarino, encontramos um recepcionista; no lugar onde deveria ter um homossexual assumido feliz, temos a imagem de um hetero insatisfeito e infeliz; onde poderíamos ter uma dona de casa contente encontramos uma advogada correndo em frenesi para mostrar para os outros que pode mais e mais e mais e mais. E assim seguimos: transformando a natureza com o nosso livre arbítrio e com a nossa incompreensão dos mundos. 

Tudo no céu; Nada no Céu

Olhando o infinito noto uma estonteante insignificância atemporal. 

Tudo se torna tão complexo e inexplicável que até o som provocados pelo próprio vento se faz desnecessário. 

Desde Galileu elas existem e todos os cálculos estavam corretos, mas o que mudou? 

Tantas estrelas... uma lua exuberante... tantos seres humanos...

Tanto no céu... tanto na terra... tanto no ar... 

Tanto... quantos.

Quantos pensamentos; necessários ou não, aqui estão.

Renascer...

Todo dia é o último de alguma coisa.

E todo dia é o primeiro também.

Todo dia escolhemos: morrer ou viver.

Todo dia é o fim pra alguém.

Todo dia eu escolho

Ou alguém escolheu 

Todo dia querendo ou sem querer

Algum fim se deu

Fim ou começo 

Morte ou nascimento 

Dentro do próprio peito 

ou do alheio pensamento

Agora estou vivo

Amanhã talvez 

E mesmo morto 

Talvez  morra outra vez.

Rega dor

Mais um ano chegando ao fim...

Mais um momento que se vai

Mais uma vida se transformando

Outras vidas começando.

Plantas morreram

teve planta que cresceu

Teve quem ganhou

Teve quem perdeu

Quem por aqui passou

Teve como escolher

Plantar, Cuidar..

Ou Deixar Morrer

Uma planta abandonada

Tentando sobreviver

Abandonada

Esperando chover

Uma escolha tão fácil

Parece não importar

Regar a planta

ou simplesmente abandonar

Alguém pode lhe molhar

Mas onde está todo mundo?

Molhando as plantas de outro lugar

Essa planta não parece importar.

Existem outras mais importantes

Tente esperar apenas um instante

Se você sobreviver

Talvez eu volte pra regar você.

Se eu não voltar tente entender

Fique tranquila e espere chover

Se a chuva não cair

Apenas espere... 

Esperar  pelo quê?

Sem chuva, sem estrela, sem regador

A planta abandonada

Rega a sua própria dor.

A dor regada não adianta

Ela só desalenta

Transforma dias em semanas

De uma morte lenta.

Aguenta... Aguenta...

A chuva vai chegar

Ela apenas está em outro lugar

Já já ela vai voltar.

A Planta esperou...

Esperou...

A planta cansou...

e  ninguém se importou.

Morreu...

Ninguém matou...

mas ninguém regou

Abandonou..

Nas folhas secas e mortas

é possível ver

um trevo de quatro folhas

que não tem mais como crescer.