Rega dor

Mais um ano chegando ao fim...

Mais um momento que se vai

Mais uma vida se transformando

Outras vidas começando.

Plantas morreram

teve planta que cresceu

Teve quem ganhou

Teve quem perdeu

Quem por aqui passou

Teve como escolher

Plantar, Cuidar..

Ou Deixar Morrer

Uma planta abandonada

Tentando sobreviver

Abandonada

Esperando chover

Uma escolha tão fácil

Parece não importar

Regar a planta

ou simplesmente abandonar

Alguém pode lhe molhar

Mas onde está todo mundo?

Molhando as plantas de outro lugar

Essa planta não parece importar.

Existem outras mais importantes

Tente esperar apenas um instante

Se você sobreviver

Talvez eu volte pra regar você.

Se eu não voltar tente entender

Fique tranquila e espere chover

Se a chuva não cair

Apenas espere... 

Esperar  pelo quê?

Sem chuva, sem estrela, sem regador

A planta abandonada

Rega a sua própria dor.

A dor regada não adianta

Ela só desalenta

Transforma dias em semanas

De uma morte lenta.

Aguenta... Aguenta...

A chuva vai chegar

Ela apenas está em outro lugar

Já já ela vai voltar.

A Planta esperou...

Esperou...

A planta cansou...

e  ninguém se importou.

Morreu...

Ninguém matou...

mas ninguém regou

Abandonou..

Nas folhas secas e mortas

é possível ver

um trevo de quatro folhas

que não tem mais como crescer.

Deixa estar.

A vida muda

Naturalmente 

Tudo vai vem

Espontaneamente.

Resistir só vai te entristecer 

As coisas acontecem ou não

Independente do querer

Deixa acontecer. 

Deixar rolar

Deixa fluir

Deixa ir

Deixa estar...

Deus...

Deus.

Deus!

Deus;

Deus,

.

!

;

,

D.

e!

u;

s,

Nada somos além de executors dos planos celestiais.

E se...

Imprevisível é a nossa vida e mais imprevisível ainda é a nossa morte.

E se ela chegasse enquanto escrevo esse texto... e se chegasse antes disso...

quantas palavras não ditas;

Quantos planos não executados ;

Tantos sonhos não realizados. 

Mas, de fato, o que me substituiria? 

Quem faria a parte que deixei de fazer?

Será que existe mesmo algo a ser feito ou estamos inventando tudo isso?

De fato o que ocuparia o vazio deixado por mim?

O que será feito nos momentos em que a minha ausência se fizer presente?

Ainda que tudo isso seja esquecido e/ou substituído.. teria eu cumprido a minha missão? Será que existe essa tal missão?

Enfim, o último suspiro pode ser o próximo, mas somos egoístas demais pra nos lembrar desse detalhe e vivemos assim, como se jamais fôssemos morrer. E quando a hora chegar vamos ser pego de surpresa e com certeza vai ficar essa sensação de algo inacabado. Então retomo ao questionamento e agora consigo afirmar categoricamente: jamais conseguiremos fazer tudo o que existe pra fazer. E formulo mais uma pergunta: será que é preciso mesmo iniciar algo que jamais terá uma conclusão e que inesperadamente será interrompido sem nenhuma chance de continuação... vixe!!! será que continua?!?!

Eterno

O espírito jamais deve morrer.

O espírito nunca cessará.

Nunca o espírito não foi.

Sem nascer e morrer e mudar  - Permaneçais espírito sempre.

O banho da morte em nada o alterou.

Embora sua casca morta pareça. 

Um instante

Hoje eu me perdi...

Tudo parecia normal e sob controle... mas em dado momento eu escorreguei e não consegui retornar para a trilha conhecida.

Como em um gatilho de um revólver municiado a certeza é que o tiro foi disparado... mas pairam várias dúvidas: em que momento foi disparado?; qual o motivo?; quem, verdadeiramente, disparou?;

O fato é que não há respostas concretas para essas perguntas.

Um instante; um disparo; várias consequências; 

 Hoje realmente eu me perdi e neste exato momento estou buscando rotas alternativas para retornar à principal. 

E nessa busca "ainda perdido" observo o constante replay de uma frase:  a mente humana pode realmente mudar em um instante e ser disparada como um projétil. E um projétil disparado pode solucionar problemas mas corre-se o risco de causar tragédias e arrependimentos.

No final de tudo procuro descobrir o caminho para não me perder novamente.

Imortal!?

 Para onde vou?

Aonde vamos chegar?

As vezes chego até duvidar.

Mas sem pestanejar

Sigo o fluxo e a interminável missão

Tudo vai se cumprindo 

Os dias passando

a vida encurtando

amigos indo

amigos sumindo

almas aumentando

corpos diminuindo

Alguns mortos sem alma

outros vivos sem alma

alguns mortos presentes

outros vivos ausentes

alguns mortos vivos

outros vivos mortos.

Uns antes

outros depois

alguns no inicio 

outros no final

Tudo vai se cumprir

até para o imortal.