A natureza é perfeita, mas o ser humano insiste em lutar contra a sua própria.
O cachorro late, briga e defende o seu território sem se preocupar com nada além de cumprir essa sua missão. A cadela, quando no cio, segue pelas ruas cruzando com diversos machos e não há problema algum. O gato mia, a mangueira dar mangas, a laranjeira, laranjas, o sapo sapeia, a girafa girafeia, o urso panda, a uva passa...
Mas o ser humano não satisfeito com a sua complexidade insiste em piorar ainda mais sua situação neste mundo.
Alguns já nascem com uma predisposição para a música, mas não satisfeito resolve ser engenheiro.
Outros tem extrema facilidade para falar em publico, mas se trancam em um quarto e conversam apenas pelas telas disponíveis nele.
Porque não simplesmente deixar fluir o que naturalmente existe dentro de si?
Temos essa mania e acabamos sendo treinados para aumentar essa resistência.
Homens que querem ser mulher; melhor dizendo, mulheres que nasceram em corpo de homem que lutam para permanecer homens. Mulheres que nasceram em corpo de homem que lutam para permanecer mulher.
Qual o real sentido? Qual a verdadeira natureza humana? O que devemos fazer? Resistir ou ceder?
Será que a mangueira deveria lutar para gerar melancia e não manga?
E o homem deveria lutar contra a suas necessidades instintivas ou deixa-las fluir?
O homossexual precisa mesmo reprimir os seus desejos por conta de uma sociedade que não ver com bons olhos essa necessidade natural?
Por que o leão pode, naturalmente, matar os outros animais mas o ser humano não pode matar o leão sem antes ser julgado e antecipadamente condenado pelos seus pares, pela atitude?
E dessa forma seguimos reprimindo os verdadeiros instintos naturais dentro de cada um de nós e vamos alterando o curso da natureza. Onde naturalmente estaria um motorista, encontramos um empacotador; onde naturalmente teríamos um dançarino, encontramos um recepcionista; no lugar onde deveria ter um homossexual assumido feliz, temos a imagem de um hetero insatisfeito e infeliz; onde poderíamos ter uma dona de casa contente encontramos uma advogada correndo em frenesi para mostrar para os outros que pode mais e mais e mais e mais. E assim seguimos: transformando a natureza com o nosso livre arbítrio e com a nossa incompreensão dos mundos.