quinta-feira, 5 de julho de 2007

…aspiração sempre crescente


A mente não se desfaz da imagem, repete os sons, fabrica mais imagens, reações, momentos, acontencimentos, levando-a ao  êxtase. O dia já não é mais tão curto que não permita retornar aos mesmos pensamentos várias e várias vezes deixando de lado qualquer trabalho ou ocupação. Os desejos são intensos, as fantasias se realizam na mente, a massa encefálica cria um mundo fantástico, limitado apenas pela certeza de serem apenas pensamentos, ao mesmo tempo em que é alimetado pelo desejo de se tornar mais que apenas pensamentos, desejo de sentir de verdade o que a mente produziu, sentir o gosto no paladar e ter a certeza de que aquilo é real, satisfazer-se de acontecimentos ao contrário de sentir-se bem apenas com o desejo. O desejo e tão somente o desejo não satisfeito gera um desejo ainda maior pelo mesmo objeto e a realização deste vem trazer a tona um desejo ainda maior, não o mesmo desejo mas uma vontade nova, o mesmo desejo porém direcionado a um objeto diferente, ou até mesmo a um sentimento diferente. E continuamos assim a desejar, desejar sempre o possível, partindo do ponto em que tudo o que nossa mente produz se torna possível. E a satisfação desses desejos torna-se-ão uma certa felicidade que será sempre almejada na criação e na realização de sempre e sempre novos desejos.

Até que então de repente percebemos que que tudo o que fizemos durante toda a vida não vale nada diante de uma singela atitude voluntária de quatro círculos oculares, localizados em cabeças diferentes: eles se cruzam e….  o universo parece conspirar para tornar essa fração de segundos, num estado permanente de sentimentos, inexplicáveis e involuntários.

Então a mente não se desfaz da imagem, repete os sons, fabrica mais imagens…



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