quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

...NÃO DEVO NADA A VOCÊ!

...NÃO DEVO NADA A VOCÊ! 
...O silêncio toma conta de mim... A mente só consegue desligar o aparelho que possibilitou ouvi-la... Colocar fim a um diálogo que dilacerou qualquer coisa que ainda pudesse existir...
Um vazio desesperador...
Passam-se minutos, ou horas. Eu já não sei.
Enfim o corpo se levanta da cadeira, mas já não sabe pra onde ir...
Abre a porta, abre o portão, no meio do caminho a lembrança: será que tranquei a porta? Pouco importa. A caminhada parece não ter fim... estão falando comigo, eu queria responder, mas não consigo, não tenho forças, não consigo.
Milhares de coisas passando pela mente, e a maior e mais repetitiva delas se ecoa infinitamente: ...


NÃO DEVO NADA A VOCÊ! 


E tudo deixa de existir, a mente não responde.
Muita coisa passa pela cabeça ao atravessar a rua.. muitas vontades, muitos desejos, e ao mesmo tempo nada, apenas deixo as pernas me levar em direção à qualquer lugar.
Cheguei à academia, mas o que eu vim fazer aqui? Obviamente malhar, mas a mente não responde, o corpo não reage...
Entro e observo o ambiente, retorno para a saída por onde entrei...
Ouço alguém perguntar: - O que aconteceu? Tá tudo bem?
Eu ouvi, entendi, tentei mas não consegui responder, apenas segui em frente. Devagar... Sem vontade... retornei pelas escadas e segui adiante rumo à algum lugar... querendo não estar.
Não percebi, mas de repente estava correndo. Correndo em ritmo acelerado, correndo como se estivesse apressado, como se precisasse chegar em algum lugar, mas não existe objetivo. Apenas estou correndo, tentando fugir... Correr pra sair daqui... sair de onde? Correr pra onde? Não sei, nada faz sentido nesse momento... a quanto tempo estou correndo? Alguém gritou: ei rapaz devagar...
Continuo...
o coração acelera,
a respiração ficando difícil,
diminuo o ritmo
cai a ficha...


...NÃO DEVO NADA A VOCÊ!

A boca fala do que o coração está cheio...
E por quanto tempo será que isso ficou guardado?
Não sei, não preciso saber...
Mas agora foi liberado de uma maneira que...
Não existe maneira...
Não existe explicação...
Mas com certeza, existe uma razão.
E seja ela qual for, não precisava existir, mas se existe é necessária, e agora eu posso pensar e aceitar.
Aceitar, porque não depende de mim, preciso entender que existem necessidades e mesmo querendo e tentando eu não estou em primeiro lugar. É preciso dar lugar ao que é essencial em nossas vidas, abrir mão do que é apenas opção e tem pessoas que fazem isso diariamente. É preciso entender que por mais que você se sinta importante um dia você terá que ouvir: 


VOCE NAO SIGINIFICA NADA PRA MIM!
VOCE NAO FAZ DIFERENÇA!
NAO ME IMPORTO COM VOCÊ!
FAÇO O QUE EU TIVER VONTADE!
PROBLEMA SEU SE SE IMPORTA.
SE VOCE QUIZER TENTE ENTENDER!
FIQUE AI SE QUIZER, PRA MIM TANTO FAZ!
NAO ME IMPORTO COM O QUE PENSAS!
DANE-SE VOCÊ...


EU NÃO DEVO NADA A VOCE!

E é aí que o mundo acaba...
...
Você acha que ainda poderia fazer a diferença.


Você acha em sua ingenuidade que significou alguma coisa.


Mas aí, alguém vomita pra você onde é o seu devido lugar.


O seu real significado...
A sua real importância.
E agora eu sei o quanto fui importante! Triste ilusão essa minha! 
Triste sonho... 
"Um sonho quando é bom não devia ter fim, e quando vira pesadelo fica tão ruim!"


Mas como em todo sonho... acordei.
E agora dói porque ainda existe aquela sensação de que foi real, mas como sempre a ficha vai cair e aí você percebe que era apenas um sonho... um sonho bom, que alguém transformou em pesadelo!  





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