Jamais conseguirei conviver tranquilamente com isto, noutros tempos insistir-vos-ia por tentar entender a razão de tal indiferença e os motivos que levam outrem à tamanha disparidade e rejeição a um afeto verdadeiro e singelo, porém, hoje em dia, não questiono(cada um que fique com seus motivos trancafiados para si). Pelo contrário tenho aprendido, através dos meios mais drásticos, a deixar as coisas fluírem naturalmente sem pressão da minha parte respeitando o constante vai e vem da mente humana. Na verdade pressionar não muda nada, quem decide algo o faz por vontade própria. Essa história que alguém obrigou, pediu ou não vai gostar, são apenas desculpas, às vezes bem fundadas, porém apenas baseadas em uma realidade de satisfação psicológica pessoal. Mesmo que essa satisfação esteja em satisfazer a vontade de outra pessoa, a decisão final será sempre em benefício próprio e por mais louvável que seja o ato não tem nada haver com satisfazer o desejo alheio, tudo se resume na forma mais complexa de egoísmo. E no presente contexto um egoísmo mentiroso e falso camuflado na ilusória sensação de segurança que o abandono e o isolamento trazem, mas esta mesma indiferença leva consigo as possibilidades de uma inspiração longa e profunda, elimina a possibilidade daquela sensação gostosa de realizar o que faz bem ao coração e a mente, e para isso acontecer não é necessário ir contra as imposições sociais pré-definidas. Tudo poderia existir de uma maneira consciente e correta, transformando qualquer criação mental numa perfeição sentimental: sentimentos bons e construtivos. Não haveria a necessidade de trancar os sentimentos numa gaiola e não deixa-lo sair, isso faz mal para a alma: Sentimentos controlados, sentimentos planejados, sentimentos adestrados, sentimentos limitados, eliminados, abafados, marginalizados, excluídos.
Valorizar um
sentimento, uma sensação gostosa nos leva em direção ao que precisamos.
A
manifestação divina reside em tais sentimentos, tentar controla-los seria
tentar mudar os a direção do natural; mudar os planos divinos, e isso ninguém
jamais conseguirá. Quem tenta isso corre
o risco de ficar preso eternamente nas correntes da dor e do arrependimento.
Arrependimento de algo que não foi feito, algo que não se sabe como seria:
dúvida. Incerteza que aprisiona a mente e a mantém refém do medo e das novas
possibilidades. Só se pode dar um novo passo firme sabendo em que chão está
pisando e a única maneira de conseguir isso é pisando... sentindo o terreno que
o espera, ficar na dúvida ou te mantem no mesmo lugar ou te leva pra trás. Por
isso eu piso, avalio, darei sempre mais um passo e a cada passo avaliarei a
situação e só então decidirei se sigo em frente ou se mudo a direção, mas
jamais irei desfazer um passo dado. O lema é constante e pra frente sempre.
Dizem que uma pessoa jamais põe o pé no mesmo rio, pois no instante em que tira
o pé do rio este já passou e mudou sua agua assim como uma mente também jamais
retorna ao seu tamanho original depois de aumentada com um novo pensamento. Esta evolução só é possível vivendo, indo até
os limites do aprendizado, indo até o limite dos limites, e extraindo o máximo
da vivência real. Pois é na realidade que se encontram os maiores aprendizados,
pois o que está na mente pode ou não tornar-se real, mas é o que você expressa
que faz a vida acontecer, as suas ações são quem definem com qual intensidade
você encara a vida e as pessoas, e me encarar com superficialidade me desanima,
o superficial não reside em mim, sou intenso, sou profundo, sou o tudo ou o
nada, o quente ou o frio, e não aceito meio termo, ou é ou não é, ou quer ou
não quer, ou pode ou não pode. Mas de uma coisa eu tenho certeza: jamais irei
esconder um sentimento saudável por medo outros me julguem mal, mas também não
irei insistir em demonstrar algo para quem tem medo do meu gostar sem ao menos
experimentar tal situação. Vislumbrar o meu ser em sua imaginação não condiz
com a minha realidade, o que o outro pensa de mim não reflete o meu modo de
ser, até mesmo porque o simples fato de estar pensando algo errado de mim pode
fazer com que eu mude a atitude diante de ti.
Ou deixa fluir e me deixa ser do jeito que sei
ser ou não queiram nada de mim e eu só sei gostar muito e não tenho paciência
nem talento para aguentar por muito tempo a superficialidade do jogo social. A
normalidade me atrai só como ponto de partida. Se ficar só nisso, me
desinteresso. Procuro detectar a peculiaridade, o que faz cada um ser a figura
única que é e que tenta disfarçar.


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