Qual o real sentido desta vida?
O que nos faz diferente dos outros animais?
O que nos faz achar que somos diferentes?
Acordo na madrugada com o uivar do cachorro que mais parecia
um lobo selvagem. Cachorro incomodado pelas correntes que o aprisiona, e eu
aprisionado pelo barulho que a vontade de estar livre do cachorro fazia.
Quem não chora não mama já diz o ditado. E cachorro calado,
coitado, iria continuar trancado.
Levanto; liberto o cachorro; O cachorro me liberta. E mesmo
livre o cachorro se faz prisioneiro por um singelo carinho porém livre das
amarras humanas, (correntes ou carinhos) sai em disparada. Livre também estou a
observar um belíssimo luar no horizonte a se pôr, o céu de tão brilhante mais parece
uma pintura vista através dos pixels de uma TV, mas o ar puro e a brisa fresca
me trazem para a realidade e me fazem refletir.
Qual o destino do cachorro?
Qual o destino do ser humano?
Qual o destino daquela planta?
E esse morcego?
E a resposta ecoa em minha mente: a morte!
Olho novamente para tantas estrelas brilhantes e penso: elas
também morrem, pelo menos a maioria delas, pois muitas constelações parecem
intactas pela eternidade.
A lua também. Desde que nasci ela está lá!
O sol. Dia após dia ele sempre nos presenteia com o seu
calor. O sol é fiel! (rsrs)
Numa passagem de um livro milenar certa vez li que tudo é
correr atrás do vento, como que faça o que fizer não vai adiantar nada.
Dúvida cruel... o tempo perdido com tais duvidas nos
aprisionam em um redemoinho sem volta, girando em círculos sem saber direito o
que fazer vamos seguindo. Vamos? Correção: vou, pois não sei nada além do que
está dentro de mim.
E depois? O amigo se foi inesperadamente, na verdade, mesmo
sabendo ninguém espera que o amigo se vá, mas aquele sorriso alegre e acolhedor
se foi. E pra onde foi?
E nós, o que vamos continuar fazendo aqui?
Pra quê continuar aqui se aquele cara que adorava viver já
não pode mais viver.
Por que? Ninguem sabe. E quem sabe não quer dizer.
E alguém sem saber o porque acorda na madrugada pra soltar o
cachorro e ao liberta-lo ver-se preso em seus próprios pensamentos e indagações.
Enquanto isso o cachorro deve vagar livre pela noite tranquila e siliciosa.
Talvez eu também precise uivar para a lua.
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